A chuva que caiu sobre o Stade de France, durante a Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paralímpicos, neste domingo (08), não foi capaz de ofuscar o brilho final do evento, sediado em Paris durante 12 dias. Com estádio cheio, música e congraçamento entre os povos, a Paralimpíada se despediu da capital francesa. Paris é uma festa e foi celebrada com ares de rave, afinal, a música eletrônica encerrou as atividades no palco.
A delegação brasileira foi uma das que tiveram mais motivos para festejar nas Paralimpíadas. O Brasil - que entrou no estádio com dois porta-bandeiras, a nadadora Carol Santiago e o canoísta Fernando Rufino -, celebrou o recorde de medalhas (89), a maior quantidade de ouros (25) e uma inédita quinta colocação no quadro de medalhas.
Presidente do Comitê Organizador, o tricampeão olímpico da canoagem, Tony Estanguet, enalteceu a "revolução paralímpica" protagonizada pelos esportistas e citou, nominalmente, o nadador Gabrielzinho Araújo, dono de três medalhas de ouro em Paris.
- Vocês mudaram a forma como o mundo enxerga o esporte e como veem as deficiências. Vocês iniciaram a revolução paralímpica. (...) Muito se falou das fantásticas arenas de Paris 2024. Foi uma loucura. Mas o mais importante foram as pessoas, sem elas, os locais não passariam de arenas vazias.
- Quando Aurélie Aubert conquistou o ouro na bocha, choramos com ela. Ontem (sábado), quando Frédéric Villeroux marcou o gol decisivo da França no futebol de cegos, fomos ao paraíso. (...) Quando Gabrielzinho, o brasileiro, conquistou três medalhas diante de uma torcida incendiada, mudou nossa visão sobre as diferenças. Transmitiu uma mensagem muito importante: o esporte é para vocês - declarou Estanguet, pedindo aplausos aos voluntários envolvidos nos Jogos de Paris 2024, antes de passa a palavra ao brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI).
Após uma apresentação de breaking - modalidade incluída apenas nos Jogos Olímpicos -, a cerimônia iniciou a transição de Paris para Los Angeles (EUA), palco da próxima edição, em 2028. A bandeira paralímpica foi entregue pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a Andrew Parsons. O presidente do CPI, por sua vez, a repassou à prefeita de Los Angeles, Karen Bass. O hino nacional dos Estados Unidos foi executado, antes da exibição de um clipe sob a música California Dreamin', do grupo The Mamas & The Papas.
O apagamento da chama paralímpica coube à francesa Aurélie Aubert. Após passar pela posse de alguns atletas, a medalhista de ouro da bocha assoprou para fazer a chama desaparecer. Foi o início de uma contagem regressiva para que 24 DJs colocassem o lema "Paris é uma festa", eternizado pelo escritor Ernest Hemingway, em prática.
O Stade de France ficou iluminado não apenas pelos lasers e pelo jogo de luzes do palco, mas também pelas milhares de pulseirinhas de LED entregues ao público. Ao som de música eletrônica, os atletas - incluindo Gabrielzinho, é claro - deram adeus às Paralimpíadas de Paris no palco, enquanto o DJ francês Martin Solveig tocava a canção "Hello", e "One More Time", da dupla anfitriã Daft Punk.