O campista e dentista Luís Gustavo Póvoa, de 46 anos, conquistou o título de campeão estadual de paraciclismo no Rio de Janeiro no último final de semana. A vitória, celebrada como um marco em sua trajetória, reflete a força de superação de Luís, que se reinventou no esporte após um acidente em 2020 que o deixou tetraplégico.
Praticante de esportes desde sempre, ele encontrou no paraciclismo uma nova motivação para continuar ativo e competitivo. A conquista no campeonato estadual é um passo importante em sua jornada, mas o desafio não para por aí: no próximo final de semana, sábado (23) e domingo (24), Luis Gustavo participa da última etapa do Campeonato Brasileiro de Paraciclismo, que será realizada em Ribeirão Preto, São Paulo.
“Para mim, o esporte sempre foi necessário, como se fosse um remédio diário. Eu fiz algumas maratonas antes do acidente e estava fazendo Ironman e fazia o triathlon. E aí, em 2020, eu sofri o acidente e fiquei tetraplégico. Isso foi na pandemia. Cerca de dois anos depois, durante a recuperação, eu falei ‘Não. Eu tenho que fazer alguma coisa, alguma atividade’. E aí, escolhi o handbike", contou Gustavo.
O atleta contou que mesmo com as limitações (podendo utilizar apenas o pouco do movimento nos ombros) não desistiu. "Eu tenho uma grande limitação de fazer o movimento do pedal, mas a persistência, a vontade de você sempre querer praticar o esporte, querer estar em atividade, está em mim, então isso sempre persiste”, finalizou o atleta.
Quando Luís Gustavo sofreu um grave acidente, em 2020, ele teve múltiplas fraturas, incluindo uma exposição no braço, e lesões severas na coluna vertebral que o deixaram tetraplégico. Socorrido em estado crítico, ele passou por quatro cirurgias, incluindo a colocação de uma prótese na coluna, e enfrentou um longo processo de recuperação que incluiu fisioterapia, fonoaudiologia e acompanhamento domiciliar.