A mais tradicional Prova ciclística do país chega a sua 76ª edição, e para comemorar, o GF ESPORTE preparou uma série especial até o dia 7 de novembro, com detalhes, fotos históricas e todos os campeões por década. Fique ligado nesta viagem e boas descobertas. Neste sábado (23/10) o destaque vai para o campeão da 61ª Prova, Kleber Neve - paulista (Suzano / UniSantanna / GTK), em 2005.
Quando se fala em ciclismo no Alto Tietê logo vem à cabeça o nome de Kleber Neve. Ex-ciclista profissional, o paulista que se diz suzanense de coração comemora o “momento” da modalidade no município: “É uma cidade com espírito esportivo, que se preocupa com todas as modalidades. Estou muito satisfeito com o trabalho que venho desenvolvendo aqui na cidade”, destacou.
Com 34 anos, Kleber parou de correr. Ao todo, foram 19 anos como ciclista profissional, dentre esses, oito destinados à Suzano: “Aqui eu encontrei um reconhecimento que me deu forças para seguir lutando. Infelizmente o ciclismo no Brasil não tem muito apoio e, isso, dificulta a revelação de novos talentos, que param por conta das dificuldades”, disse.
O convênio com a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (Smerl) rendeu ao técnico uma escolinha de ciclismo no município. Aproximadamente 30 crianças recebem a coordenação e treinamentos às terças e quintas no Parque Municipal Max Feffer: “Hoje todos os alunos possuem bicicletas, capacetes, uniformes e todo aparato para prática da modalidade. Esse incentivo vindo da Secretaria de Esportes, por meio do secretário Fausto Pizzolato, tende a render no futuro grandes atletas para representar o município”.
Outra novidade implantada pelo treinador foi a criação da equipe de ciclismo feminina. De olho na pontuação dos Jogos Regionais, Kleber espera quantificar o numero de adeptas: “Hoje nossa equipe consegue resultados expressivos e, em breve, poderá ser uma das potências no País. Acredito muito nesse trabalho de formação e espero retribuir ao município, revelando atletas, todo apoio que recebi durante todos esses anos”, concluiu.
Extrovertido, sincero, calmo e principalmente persistente. Nessa entrevista exclusiva, Kleber abre seu coração para falar de sua vida no ciclismo. Acompanhe.
Como foi seu início de carreira?
R: Foi muito difícil. Não tive apoio da família e era criticado por não levar dinheiro pra casa como meus irmãos. Porém, mais tarde, minha mãe disse que se arrependeu por não ter me incentivado. Eu não guardo mágoas, provei que meu sonho era possível e conquistei tudo na vida pelo ciclismo. Hoje sou feliz com o que eu faço e me sinto realizado.
Qual seu principal resultado como atleta?
R: Foram vários resultados satisfatórios, mas um ano especial foi em 2005. Naquela temporada conquistei a medalha de ouro nos Jogos Abertos 1 km contra o relógio, fui campeão paulista (1 km contra o relógio), Campeão Vale Paraibano de Estrada, Campeão da São Salvador – Campos dos Goytacazes – RJ e Campeão da Primeira Etapa do Campeonato Catarinense. Além disso, em 2007, em Caraguatatuba, fui campeão dos Jogos Abertos por equipe, quando quebramos uma sequência de seis anos de São José dos Campos. Isso é inesquecível e aponto como o momento mais marcante da minha vida como atleta.
Como era o Kleber Neve ciclista e como é o Kleber Neve treinador?
R: Isso é importante ressaltar, porque é muito fácil hoje passar uma carga de treinamento para um atleta sem conhecer por dentro o ciclismo. Eu vivenciei tudo que indico aos atletas e sei o momento de dosar, de apertar o ritmo. Tive muitas dificuldades na minha vida como atleta e sei entender quando um resultado não vem. Procuro fazer o estilo paizão como técnico. Agora, como ciclista, era explosivo e procurava o resultado a qualquer custo. Essa experiência em ajuda muito hoje no trato com a equipe.
Quem são os integrantes de sua equipe principal?
R: Nossa equipe é composta por dez integrantes: o Glauber Nascimento, Marcelo Florentino, Thiago Loyola, Renê Resende, Fábio José Ribeiro, André de Sousa, José Jailson, Leonardo Vieira, Francys Ray e Wanderley Gonzáles.
Como é o dia-a-dia da equipe?
R: O ambiente é muito saudável. Não existe a chamada “laranja podre”. Se eu percebo que um atleta está descontente por algum motivo, procuro conversar, entender, mas com muita transparência. Não admito qualquer insurgência ou desrespeito. Se isso acontecer está fora do grupo.
Qual a dica você deixa para os iniciantes no ciclismo?
R: Que não desistam nunca. No começo o dinheiro não vem, as dificuldades são enormes, mas assim que conseguir um resultado satisfatório, as portas se abrem. Acreditem nos seus sonhos e busquem, mesmo que alguém disser que não vale a pena, sua vontade tem que ser soberana. Além disso, se não for pelo alto rendimento e levar uma vida como atleta profissional, estará praticando uma atividade física que só fará bem a saúde. Esporte é vida e todos deveriam praticar, indistintamente da modalidade.
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Neste domingo (24/10) iremos destacar o campeão da 62ª Prova, Rodrigo Melo de Brito (Morcegão) - brasiliense (Memorial Santos), em 2006.
A tradicional Prova Ciclística de São Salvador chega a sua 76ª edição e as inscrições estão abertas. O circuito da 76ª Prova Ciclística São Salvador terá uma metragem de 3.650 m. A Largada será na Praça do Liceu em frente à Câmara Municipal de Campos. Com percurso pela Alberto Torres, Av. 28 de Março, Rua Tenente Coronel Cardoso e Av. Dr Hélio Póvoa. Inscrições: www.rochasports.com.br/saosalvador