Guia Olímpico Tóquio 2020: Vela

O barco à vela começou a ser pensado esportivamente no século XVIII, com a criação do primeiro clube de iatismo na Irlanda em 1720

Esportes Aquáticos 21 de julho de 2021 às 17h52
Granger Ferreira / GFEsportes.com.br

Foram cinco anos de espera - um a mais do que todos imaginavam depois do encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Meia década depois, o mundo é completamente diferente. Assolado por uma pandemia que ainda constrói muros e destrói laços, o planeta viu o esporte paralisar quase por completo, acompanhando as bilhões de pessoas que ficaram em casa à espera da vacina. A esperança, porém, sempre foi de que a chama olímpica pudesse representar a renovação da humanidade em meio ao caos.

EM DESTAQUE A VELA

FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Yacht Clube de Enoshima
Período: 24/07 a 04/08
Número de delegações participantes: 65
Total de atletas: 342 
Brasil: 13 atletas em 8 categorias: Martine/Kahena, na 49erFX; Robert Scheidt, na Laser; Ana/Fernanda, na 470; Jorge Zarif, na Finn; Samuel/Gabriela, na Nacra 17; Marco/Gabriel, na 49er; Patrícia Freiras, na RS:X; e Henrique/Bruno, na 49er.

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HISTÓRICO
O barco à vela começou a ser pensado esportivamente no século XVIII, com a criação do primeiro clube de iatismo na Irlanda em 1720, o Royal Cork Yatch Clube. Mas antes, ainda no século 17, um tipo de embarcação chamado de “jaghtstchip” foi criado nos Países Baixos, com o intuito de atender interesses comerciais e treinar marinheiros.

No Brasil, o esporte demorou a chegar e foi trazido por descendentes de europeus apenas no final do século XIX, quando a primeira Olimpíada da Era Moderna estava prestes a começar.

A vela é dos esportes mais tradicionais dos Jogos Olímpicos. Na primeira edição olímpica, em 1896, o iatismo já estava presente no cronograma olímpico. A ideia era ter competição de apenas uma classe, a de barcos da marinha real, mas na verdade nunca aconteceu, já que a disputa não teve barcos inscritos.

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A modalidade, então, teve sua estreia na competição em Paris-1900, com sete classes em disputa. A vela permanece regularmente no cronograma olímpico desde 1908, após ficar ausente da competição em 1904, em St. Louis. Em Antuérpia-1920, a vela olímpica teve 16 classes em disputa, até hoje o recorde de uma edição. Em Tóquio, serão dez, sendo cinco masculinas, quatro femininas e uma mista.

O esporte mudou bastante desde sua primeira Olimpíada. Antigamente, a preferência era por embarcações maiores, que chegavam a ter até 12 marinheiros. Entretanto, o passar dos anos priorizou barcos mais modernos, menores e com capacidade para menos tripulantes. Pequim-2008 foi a última vez que a vela teve um evento com mais de dois atletas por barco.

Hoje, a prioridade da World Sailing, a federação internacional de vela, é desenvolver disciplinas mais antigas e que possuem grande história na vela mundial, como a Finn e a 470, e trazer classes mais modernas e com grande avanço de design tecnológico, como as 

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BRASIL
Com sete ouros, três pratas e oito bronzes, o Brasil tem a vela como terceiro maior número de medalhas na história olímpica, ficando atrás apenas do judô e dos vôlei de quadra e praia. Das 18 medalhas brasileiras, a primeira saiu na Cidade do México, em 1968, com Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes levando o bronze na classe Flying Dutchman.

É também das águas os atletas brasileiros com mais medalhas olímpicas: Torben Grael e Robert Scheidt. Cada um conquistou cinco medalhas em Olimpíadas, e Scheidt ainda terá a chance de conquistar a sexta em Tóquio. Aos 48 anos, ele irá para sua sétima Olimpíada, um recorde junto com a Formiga, do futebol, e Rodrigo Pessoa, do hipismo.

A vela também é o esporte com mais ouros na história olímpica do Brasil. Ao todo, são sete. O último foi com Martine Grael e Kahena Kunze, na classe 49er FX, que conquistaram a medalha dourada em uma Baía de Guanabara lotada, na Rio-2016.

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FORMATO DE DISPUTA
A vela é bem fácil de entender. O formato é a corrida de frota, a mais comum da vela competitiva, envolvendo barcos correndo em um circuito. O vencedor ganha um (1) ponto, o segundo colocado recebe dois (2) pontos e assim sucessivamente. Ou seja, a pontuação recebida é de acordo com a posição final de cada regata.

O número de competidores varia de acordo com cada evento. Como exemplo, na Laser Radial, 44 atletas disputarão cada corrida, enquanto na Finn serão apenas 19 competidores.

Também há uma regra para os velejadores/equipes que forem desclassificadas ou não completarem uma regata. Para estes, será dado um (1) ponto a mais do que o número total de competidores. Por exemplo, se houver 30 embarcações numa prova, não completar uma regata resultará em uma pontuação de 31 pontos.

Há também um descarte do pior resultado para cada embarcação. Ganha o torneio olímpico quem somar o menor número de pontos nas 10 ou 12 regatas disputadas, de acordo com cada classe. Na Laser, Laser Radial, Finn, 470 Masculino e 470 Feminino são realizadas dez corridas. Por outro lado, a RS:X Masculino, RS:X Feminino, 49er, 49erFX e Nacra 17 terão 12 séries de corridas.

Em cada classe há também a medal race (corrida da medalha), que é a última corrida da competição e, como o nome já diz, coroa os medalhistas. Ela reúne apenas os 10 melhores competidores/duplas da classificação até então. Nela, os pontos são dobrados, dando dois pontos para o vencedor e 20 pontos para quem terminar em 10º lugar.

Após a regata da medalha são definidos os pódios, já tirando a regata de descarte. Havendo empate entre as definições de posições, tem vantagem quem terminou mais a frente na corrida da medalha.
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Fonte: Surto Olímpico
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