No dia 04 de abril de 1944 (há 77 anos) nascia a nadadora Diana Quitete Azevedo Cruz.
O seu nome foi sinônimo de invencibilidade. Em Campos, Niterói, Rio, as suas performances foram além do lugar comum. Diana Quitete Azevedo Cruz, nascida em 4 de abril de 1944, professora de Educação Musical do I. E. P. A M. e do Grupo Escolar José do Patrocinio, casada com o sr. Osvaldo Azevedo Cruz, antigo desportista.
Diana relembra no livro ÍDOLOS DO NOSSO ESPORTE sua participação nos Jogos da Primavera, que representava a Olimpiada Feminina.
- Não posso esquecer a nossa participação naquela festa mundial do esporte. Eu, Rachel Bizinover, Neuza Pupe, Marilia
Silva, Angela e "Flabinha", conseguimos ganhar a classe de estreantes e ainda fazer boa figura entre as grandes da natação
carioca.
FATOS PITORESCOS
- Durante os Jogos Infantis (continua Diana), a minha vitória na prova de nado de peito foi tão fácil, que nos 20 metros finais dei adeus para a torcida campista que havia invadiro a piscina do C. R. Vasco da Gama. Esse gesto de brincadeira provocou grandes broncas: A primeira foi com o técnico do Flamengo, que pretendia impugnar minha vitória e teria conseguido o seu intento se o Santa não perdesse a esportiva e com um tapa jogasse o homem na piscina. Foi aqucla briga. Se não aparece o falecido dr. Gilberto Cardoso para acertar a coisa, eu nem sei o que poderia ter havido. A segunda, foi a maior bronca que o Santa deu na turma e em mim. Nunca mais em minha vid zombei durante uma competição. A lição serviu.
Outro fato que não consigo esquecer e quando os meninos ficavam mascarados, o Santafé obrigava-os a um "pega comigo em 50 metros. Nunca perdi um.
SEMPRE NO C. R. SALDANHA DA GAMA
- Sempre pertenci ao quadro de atletas do clube de Zeze Miranda, e tenho orgulho disso. Nunca pertenci a outro clube. O C. R. Saldanha da Gama representava para todos nós da natação muito mais do que um clube. Era o prolongamento do nosso lar. Dei ao clube toda a minha dedicação e carinho.
MEDALHAS E TROFÉUS
Depois de acender um cigarro, Diana conta com orgulho. Ganhei mais de 50 provas. Tenho em minha casa. ornamentando nossa sala, umas 40 medalhas que consegui ganhar. Meus troféus são guardados com todo carinho. São partes de minha vida, e Rodrigo sentiria orgulho das minhas vitórias desportivas.
Gostaria de dizer aos jovens campistas o seguinte: a mulher moderna precisa praticar esporte. Principalmente a natação. Acreditem que a melhor época da minha vida foi quando praticava a natação. O sacrificio sempre foi muito grande, mas valeu a pena.
SÓ UM TÉCNICO
"O responsável por esta entrevista", continua a antiga campeã, sempre foi o meu técnico. Sempre tive por ele o máximo de respeito e até o mesmo um certo medo. Pois quando era mais novo, Santa não dava colher de chá aos atletas. A nossa amizade pelo técnico sempre foi tão grande que todos fariam qualquer sacrificio para atendê-lo. Participei dos Jogos da Primavera, com apenas uma semana de treino, atendendo ao seu apelo.
Aquelas vitórias na piscina do Fluminense F. C. consegui na raça, para servir ao técnico e ao clube. Muito devo ao Prof.Hélvio Santafc, o que consegui na natação. Os seus conselhos e as suas broncas fizeram de mim uma campcã”.
INVICTA
Já com os olhos vermelhos querendo chorar, Diana lembra com saudade:
-"Nunca fui derrotada. Levei a sério a natação e consegui sair das piscinas sem conhecer o amargor de uma derrota. O
respeito pelas minhas adversárias fez com que nunca perdesse, Acredito quc abandonei a natação em plena forma, e quem sabe,
com um recorde dificil de ser igualado".