Atleta do Goytacaz joga contra o Macaé usando tornozeleira eletrônica

FERJ buscará informações se há proibição legal do exercício da atividade profissional para não cometer erro de julgamento no caso

Futebol 02 de dezembro de 2025 às 20h19
Granger Ferreira / GFEsportes.com.br

O primeiro jogo da final da Série B2 do Campeonato Carioca entre Goytacaz e Macaé, realizado no último domingo (30) e que terminou empatado em 1 a 1, chamou atenção pela presença de um atleta que atua com tornozeleira eletrônica. Yuri de Carvalho da Silva, de 30 anos, camisa 18 do Goytacaz, entrou aos 25 minutos do segundo tempo usando o dispositivo de monitoramento na perna esquerda, coberto pelo meião azul. O jogador, que pode ser campeão sete meses após deixar a prisão, disputou toda a Série B2 com o equipamento.

Considerado um “12º jogador” pelo técnico Wellington Jacaré, Yuri costuma ser acionado durante as partidas, embora ainda não tenha marcado na competição. Internamente, funcionários do clube o descrevem como um atleta tranquilo e companheiro.

Em contato com a reportagem do Manchete RJ, Leandro Nunes, vice-presidente do clube Alvianil, defendeu Yuri e afirmou que ele está sendo ressocializado.

“O tom da conversa é a ressocialização. É dar oportunidade, trazer para dentro quem está disposto a viver essa reestruturação na vida também, não é só sobre o clube. E, cá entre nós, o menino é bacana para caramba. Teve o erro dele e pagou. Estamos cuidando dele, até com tratamento dentário. Então, assim, faz parte. Nosso intuito é ressocializar, disse Leandro.

Segundo o GE, o clube entende que não há qualquer trecho do regulamento da Série B2 ou do regimento de competições da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) que proíba um jogador de atuar com tornozeleira eletrônica.

A FERJ emitiu um comunicado informando entender que a ressoalização é essencial para o esporte. Confira:

“Com a missão de ir muito além dos gramados, reforçando a busca pela formação de cidadãos antes de atletas, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro entende que a inclusão/ressocialização é função primordial do esporte. Sobre a participação do atleta em uso de tornozeleira eletrônica, equipamento de monitoramento da Justiça, a FERJ buscará informações se há proibição legal do exercício da atividade profissional para não cometer erro de julgamento no caso.”

A FERJ divulgou a seguinte nota sobre o caso:
“Com a missão de ir muito além dos gramados, reforçando a busca pela formação de cidadãos antes de atletas, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro entende que a inclusão/ressocialização é função primordial do esporte. Sobre a participação do atleta em uso de tornozeleira eletrônica, equipamento de monitoramento da Justiça, a FERJ buscará informações se há proibição legal do exercício da atividade profissional para não cometer erro de julgamento no caso.”

Yuri foi preso em 2018 por tráfico de drogas e cumpriu sete anos na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, em Campos dos Goytacazes. Em maio deste ano, ele obteve progressão de regime e passou a cumprir o restante da pena em liberdade monitorada.

O Goytacaz chegou a acionar a Vara de Execução Penal (VEP) solicitando a retirada da tornozeleira, mas o pedido ainda não foi apreciado. A diretoria também estuda renovar seu contrato ao fim da competição.

A decisão da Série B2 acontece no próximo domingo, às 15h, no Estádio Aryzão, em Campos. Se houver novo empate, o campeão será definido nos pênaltis.

Fonte: Globo Esporte / Manchete
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