Campos e o jornalismo esportivo brasileiro perdeu um de seus mais completos pesquisadores. O escritor e jornalista Péris Ribeiro faleceu na noite deste domingo (20/07), aos 80 anos, no Hospital Dr Beda, onde estava internado para tratamento de um câncer no esôfago e uma pneumonia.
Péris Ribeiro dedicou mais de 50 anos ao jornalismo. Sua paixão era o futebol. Começou no fim dos anos 60 no jornal “A Notícia”, cobrindo os tempos áureos do Campeonato Campista, com clássicos de Americano, Goytacaz, Rio Branco e outros clubes da cidade.
Nos anos 70, foi para São Paulo e brilhou na revista “Placar”, a mais respeitada do país em esportes. Cobriu o histórico título do Corinthians em 1977, depois de 23 anos sem conquistas — e considerava esse seu maior feito.
Casado com Graça Jóia Mota, não teve filhos, mas deixa um enorme legado. Sua memória impressionante resistiu até a um AVC, em 2004. Péris formou gerações com seu talento, sua humildade e seu amor ao jornalismo
É autor de vários livros sobre futebol como "O Brasil e as Copas", Em Cima do Lance" com os perfis dos maiores jogadores que viu atuar em Campos e pelo Brasil.
Mas foi "Didi, o Gênio da Folha Seca", a obra que mais lhe conferiu prestígio na literatura esportiva. O livro, que ganhou uma segunda edição, figurou por várias semanas na lista dos mais vendidos, publicada no jornal O Globo.
Discípulo da escola de Armando Nogueira, era dono de uma estética que privilegia o estilo poético no tratamento do texto. Também escreveu vários ensaios sobre música e cinema nos jornais de Campos, outras de suas grandes paixões.