Brasil e Itália entraram em campo em 21 de junho de 1970 para fazer aquela que, pelo menos até então, era a maior final de Copa do Mundo de todos os tempos. Afinal, era a primeira vez que dois campeões mundiais decidiriam um título. Mais do que isso: o jogo apontaria o primeiro tricampeão da história, que ficaria com o direito de levar a Taça Jules Rimet em definitivo.
Faltando 176 dias para a Copa do Mundo de 2026, o Lance! relembra o jogo que consagrou a Seleção do Tri, considerada por muitos como o melhor time de futebol de todos os tempos.
O Brasil foi para aquela final com uma campanha irrepreensível. Foram cinco jogos e cinco vitórias, com média de três gols por partida. Desempenho que encantou os mexicanos, que sediavam a primeira de três Copas do Mundo — contagem que já inclui a próxima, de 2026 — e que tinha razão para existir. Afinal, a Seleção de Zagallo tinha em suas fileiras nomes como Carlos Alberto Torres, Gerson, Rivellino, Jairzinho, Tostão e Pelé.
A Itália, por sua vez, era um adversário de peso, mas que vinha de uma campanha dura naquele Mundial. Passou da primeira fase apenas com a segunda vaga do grupo, goleou o México nas quartas (4 a 1) e teve uma classificação épica e extenuante à final, ao superar a Alemanha Ocidental por 4 a 3, sendo cinco desses gols na prorrogação.
A decisão teve dois tempos distintos. No primeiro, Pelé abriu o marcador com um gol de cabeça, mas Boninsegna empatou. No segundo, só deu Brasil: Gerson, em chute de fora da área, fez 2 a 1 para a Seleção; Jairzinho marcou o terceiro após assistência de Pelé; e Carlos Alberto Torres sacramentou a goleada após um gol de beleza coletiva ímpar.
— Disseram que era impossível escalar cinco camisas 10. Eu achava que era mais impossível deixar fora o Tostão, o Jairzinho, o Rivellino ou o Gérson. Sabia que eles não teriam muito tempo para se entrosar, mas sabia que tinham a inteligência e a qualidade para se adaptarem a diferentes funções, e nós ganhamos a Copa do Mundo — declarou Zagallo após a conquista.