Quando anunciada, a Finalíssima prometia um encontro entre duas favoritas à Copa do Mundo. A Itália, campeã europeia, contra a Argentina, última campeã da Copa América. Mas a partida desta quarta-feira, em Wembley, terá sabor melancólico com cara de fim de ciclo na Azzurra. E vai ser mais um teste para Messi e companhia.
Até pouco tempo atrás, a Itália detinha o status que atualmente é da Argentina: a seleção há mais tempo invicta. Há menos de um ano, a Azzurra foi campeã europeia e, pouco tempo depois, quebrou o recorde histórico de invencibilidade, de 37 jogos. Mas tudo mudou.
Primeiro, veio a derrota para a Espanha na Liga das Nações. Depois, a ida para a repescagem nas eliminatórias. E, por último, a catástrofe: derrota para a Macedônia do Norte e adeus à Copa do Mundo pelo segundo ano seguido. Tudo isso antecipou o que era inevitável: a renovação na tetracampeã mundial.
– É o jogo que fecha um ciclo, que honra um time campeão da Europa e um capitão como Chiellini. A partir da próxima partida, incluiremos jovens para ver o quanto valem e buscar novas soluções. Sempre usarei um, dois ou três jovens. Jogaremos sempre para vencer, não para fazer experimentos, mas o horizonte deve ser o futuro. Queremos construir a seleção que vencerá a próxima Copa do Mundo – garantiu Roberto Mancini.
Itália treina em Wembley antes da Finalíssima contra a Argentina
Aos 37 anos, Chiellini vai fazer sua 117ª e última partida pela Itália. O zagueiro, que também se despediu da Juventus, vai se igualar a De Rossi na quarta posição dos que mais vestiram a camisa da Azzurra na história. E, sempre com um sorriso no rosto, espera um bom jogo no seu adeus à seleção.
"Minha carreira foi, sem dúvida, melhor do que poderia imaginar. Quando era pequeno, sonhava em jogar pela seleção porque é o auge. Eu me sinto em paz. Estou feliz pelo que consegui e me sinto também orgulhoso", declarou.
Scaloni: “Não somos invencíveis”
A Argentina entra em campo em Wembley como a seleção do mundo há mais tempo sem saber o que é perder. São 31 partidas invicta, com 20 vitórias e 11 empates. A última foi na semifinal da Copa América de 2019, no Mineirão, para o Brasil.
Di María vai se despedira da seleção argentina após a Copa
Desde o título continental em julho de 2021, que encerrou um jejum de quase 30 anos no país, a seleção vive ótimo ambiente e exala confiança. Mas o técnico Lionel Scaloni quer evitar o extremo otimismo. E vê a partida contra a Itália como uma ótima chance para sua equipe encarar a realidade.
– É uma das coisas que gosto de falar e transmitir ao país. O importante aqui é não se sentir invencível. Sentir que somos os campeões, sim, é bom que as pessoas gostem do que foi conquistado, mas o caminho continua. Não podemos nos acomodar com isso. É preciso competir e jogar. É um jogo em que há o risco de derrota – declarou o treinador.
“Me intriga como tudo está tão bom e como treinador eu não posso deixar que ninguém relaxe, porque está apenas começando. Não somos invencíveis. Podemos competir com qualquer um, mas não podemos ficar confiantes demais", disse ele.
A Itália não terá o artilheiro Immobile, lesionado. O ataque deve ter os primeiros sinais de renovação, com Scamacca. A Argentina tem sua base campeã da Copa América, mas sem Paredes e Montiel. Molina e Guido Rodríguez devem aparecer no time.
Prováveis escalações:
ITÁLIA: Donnarumma; Di Lorenzo, Bonucci, Chiellini e Emerson Palmieri; Pessina, Jorginho, Barella; Bernardeschi, Scamacca e Insigne.
ARGENTINA: Emiliano Martínez; Molina, Romero, Otamendi e Tagliafico; De Paul, Guido Rodríguez e Lo Celso; Messi, Lautaro Martínez e Di María