No Mundial de Clubes da Fifa 2025, a reta final da competição promete ainda mais tensão para jogadores, com a confirmação de que os confrontos eliminatórios terão prorrogação em caso de empate no tempo normal. Segundo o regulamento oficial, caso o placar permaneça igual após os 90 minutos, serão disputados dois tempos de 15 minutos, com intervalo de cinco minutos entre o tempo normal e a prorrogação. Não haverá intervalo entre os dois tempos extras.
Se ainda assim o empate persistir, o vencedor será definido nos pênaltis, conforme as regras da International Board (IFAB). Ou seja, não há decisão direta por pênaltis após o tempo regulamentar — a prorrogação será obrigatória, o que exige preparo físico, mental e estratégico ainda maior dos clubes envolvidos.
Calor e rotina alterada pesam contra europeus no Mundial
Se a prorrogação representa um novo desafio esportivo, ela também amplia o impacto das condições climáticas. Disputado nos Estados Unidos, o Mundial tem sido marcado por altas temperaturas, e a possibilidade de estender as partidas por mais 30 minutos levanta um alerta, sobretudo entre os clubes europeus, que já demonstraram incômodo com o clima e o ritmo da competição.
Antes da última partida da fase de grupos contra o Espérnace, o técnico Enzo Maresca, do Chelsea, foi direto ao apontar o calor como obstáculo na preparação:
- É quase impossível treinar uma sessão completa por causa do clima. Estamos tentando economizar energia para o jogo - afirmou em coletiva.
De fato, cidades como Miami, Orlando, Nova Jersey, Washington DC e Pasadena registraram temperaturas acima dos 35?°C, com relatos frequentes de ondas de calor — uma realidade dos verões norte-americanos nos últimos anos.
Segundo a médica do esporte Flávia Magalhães, com mais de 20 anos de experiência no futebol profissional, o calor vai muito além do desconforto:
- A atuação de jogadores em ambientes com temperaturas elevadas impõe um estresse fisiológico e metabólico significativo. A temperatura corporal pode ultrapassar os 39?°C, gerando queda no desempenho, desidratação, perda de eletrólitos e até riscos de colapso térmico.
Além disso, há diferenças no estágio físico de cada delegação. Enquanto clubes sul-americanos chegam em ritmo competitivo, os europeus, em sua maioria, encerraram a temporada e iniciaram uma preparação pós-férias. O fisioterapeuta esportivo Diego Saik, especialista pela Sonafe Brasil, destaca que esse descompasso pode pesar no rendimento em campo:
- Os atletas europeus encerram a temporada já num ritmo de férias, enquanto os brasileiros seguem em competição. Essa diferença interfere no sono, na alimentação, na recuperação. Tudo isso pesa no rendimento em campo.
Assim, a combinação entre prorrogação, clima extremo e diferenças no ritmo de preparação cria um cenário desafiador para os clubes, especialmente os europeus.