Fábio Dias treina paratletas brasileiros por um sonho maior

Com quatro edições de Jogos no currículo, treinador do atletismo sonha em transformar o Brasil na maior potência paralímpica do planeta

Atletismo 28 de agosto de 2020 às 13h50
Granger Ferreira / GFEsportes.com.br

Vivendo o atletismo paralímpico de perto desde 2004, Fábio Dias conhece este mundo como poucos. Participante das quatro últimas edições de Jogos Paralímpicos, na função de atleta guia e treinador, Fábio descreveu como faz para transformar sonho de vida em objetivo próximo. 

Nascido no Rio de Janeiro, Fábio Dias atualmente é treinador do alto rendimento de São Paulo da seleção de atletismo paralímpico. Trabalha diretamente com os principais nomes da modalidade no país, com um objetivo único em mente: fazer o desporto paralímpico brasileiro ser a grande potência mundial.

“Quando você compra tantos sonhos como nós treinadores fazemos, você aprende a sonhar alto. Hoje meu sonho é ver o Brasil como a principal potência do esporte paralímpico. Não é nem meu sonho mais, é meu objetivo. Hoje já somos uma referência. O trabalho vem sendo muito bem feito no país e temos muito talento. Tenho certeza que chegaremos nesse nível e vou poder dizer depois disso que eu participei disso tudo.”

Aprendizados de treinador
A transformação desse sonho ousado de Fábio Dias para um objetivo profissional tem explicação: a experiência. Após ter iniciado a carreira como atleta guia de Hilário Neto em Atenas-2004, quatro anos mais tarde já acumulava a função de guia e também treinador de Felipe Gomes.

A evolução foi ainda maior para os Jogos Paralímpicos de Londres-2012, quando foi atleta guia e treinador de Jhulia dos Santos e técnico de mais dois atletas. A partir da edição de 2016, Fábio deixou de aparecer na pista para se aprofundar no trabalho de treinamento.

“Nós treinadores somos os facilitadores dos sonhos dos nossos atletas. A gente compra o sonho desses atletas pra gente também. A gente se acaba junto com ele para que tudo isso dê certo. Nós sabemos o que o atleta passa e sofre para chegar em um resultado. A gente vive um ciclo junto, pode ser que depois não estejamos mais juntos, mas nesse tempo um do lado do outro eu quero que seja algo inesquecível”, avalia o técnico que convive com o esporte paralímpico há 16 anos.

Com todo esse tempo auxiliando a preparação dos atletas do atletismo paralímpico, Fábio Dias entendeu que o trabalho é extremamente complexo e exige trabalho especial de descoberta.

“O ponto mais desafiante do paradesporto é que ele muda muito de acordo com cada atleta. Cada prótese, deficiência geram coisas diferentes para os atletas que precisam ser desvendadas pelo treinador para que o atleta tenha o melhor desempenho. Este desafio que te obriga a descobrir essas coisas e isso é o ponto mais legal do esporte paralímpico”, declarou.

Expectativa para Tóquio
Todo este trabalho de Fábio Dias e seus colegas treinadores tem rendido frutos ao atletismo paralímpico brasileiro. A principal prova disso são os resultados recentes obtidos pelo país nas grandes competições realizadas no ano passado (Parapan de Lima e Mundial de Dubai). Dessa forma, o treinador não esconde que a expectativa é alta para os Jogos Paralímpicos da capital japonesa no próximo ano.

“Quando saímos de 2016 já traçamos o que queríamos para Tóquio. Montamos um planejamento de quais momentos os atletas seriam avaliados, testados e qual resposta nós queríamos para saber se estávamos no caminho certo ou não. Eu espero excelentes resultados. O que me deixa falar isso são os bons resultados que conseguimos no Pan e no Mundial do ano passado”

Fonte: GF ESPORTE
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