A MotoGP viu um cenário repetido na temporada 2025, agora no GP da Argentina, disputado neste domingo (16). Assim como na abertura do campeonato, Marc Márquez ficou cercando o irmão Álex durante toda a corrida, atacou nas voltas finais e disparou no final para vencer com extrema facilidade, ampliando a vantagem na liderança do campeonato.
Marc chegou a errar nas voltas finais e passou por alguns sustos na prova, mas poupou equipamento, atacou Álex Márquez a cinco voltas para o fim e venceu pela 90ª vez no Mundial de Motovelocidade, igualando Ángel Nieto como terceiro maior vencedor da história.
O pódio em Termas de Río Hondo ainda teve Franco Morbidelli, que voltou a ficar entre os três primeiros desde o GP da Espanha de 2021, quebrando um jejum de mais de 1000 dias. Para isso, precisou segurar a pressão de Francesco Bagnaia nas últimas voltas da corrida.
Fabio Di Giannantonio terminou na quinta posição, acompanhado por Johann Zarco, Brad Binder, Pedro Acosta, Joan Mir e Luca Marini complicando a lista dos dez primeiros no GP da Argentina. Ai Ogura tinha terminado na oitava colocação, mas acabou desclassificado por infrações técnicas na moto da Trackhouse.
A grande ausência deste fim de semana é, mais uma vez, o atual campeão da Jorge Martín. Depois de sofrer lesões na pré-temporada, o espanhol anunciou que vai perder as três primeiras corridas do calendário e ainda não definiu a data de retorno. Miguel Oliveira foi derrubado na corrida sprint e até escapou de fraturas, mas ficou fora da prova por precaução. Lorenzo Savadori, que correria na Aprilia, sentiu dores no ombro e também desfalcou o grid.
A MotoGP volta a acelerar entre 28 e 30 de março, com o GP das Américas, em Austin, nos Estados Unidos, para a terceira etapa da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
Confira como foi o GP da Argentina da MotoGP 2025:
Com o céu nublado e ameaça de chuva constante no circuito, os pilotos encararam termômetros na casa de 26ºC no ar e 36ºC no asfalto, além de ventos de 4 km/h e umidade relativa em 67%. Todos os pilotos largaram com pneus médios na dianteira e a maior parte optou pelo mesmo composto na traseira. Alguns, porém, quiseram macios na parte traseira, como Franco Morbidelli, Fabio Di Giannantonio, Álex Rins, Fermín Aldeguer e Somkiat Chantra.
Na largada, Marc Márquez segurou bem a liderança, seguido por Álex Márquez. Francesco Bagnaia saiu com força e subiu para terceiro, à frente de Johann Zarco e Fabio Di Giannantonio. Ainda na curva 1, Fabio Quartararo e Marco Bezzecchi se tocaram, com o italiano caindo e levando a pior.
Na volta inicial, na reta oposta, Bagnaia mergulhou contra Álex Márquez, mas imediatamente tomou o troco e ainda perdeu o posto para Zarco. O italiano, no entanto, reagiu e voltou a ocupar o terceiro posto no circuito argentino.
Na segunda volta, Zarco aproveitou novo vacilo de Bagnaia e assumiu a terceira posição. Logo depois, porém, o piloto da Ducati voltou a passar o francês. Mais atrás, Enea Bastianini saiu da pista e caiu para o 19º e último lugar da corrida.
No terceiro giro, foi a vez de Franco Morbidelli apertar o ritmo na reta oposta, aproveitar o vácuo e subiu para a quarta colocação. Na frente, Marc Márquez liderava o irmão com apenas 0s1 de vantagem.
No começo da volta 4, uma importante mudança na prova. Álex Márquez saiu com força na curva 1 após o irmão errar, ultrapassou Marc e tomou a liderança da corrida. Bagnaia, porém, não conseguia se aproximar e ainda foi superado por Morbidelli logo na sequência, caindo para o quarto lugar.
Morbidelli, aliás, mostrou bom ritmo e fez 1min38s660 como melhor volta da prova. De quebra, ainda conseguiu abrir vantagem para Bagnaia. Na frente, Álex Márquez abriu 0s5 para o irmão Marc e ficou confortável no início do quinto giro.
Depois disso, a partir da sexta volta, as brigas mais interessantes ficaram no meio do pelotão, com Fabio Di Giannantonio, Ai Ogura, Pedro Acosta e Joan Mir na luta pelo sétimo lugar. Na frente, os ponteiros abriram confortáveis vantagens entre si e se dispersaram.
Marc Márquez, porém, iniciou a caçada contra o irmão. O piloto da Ducati rapidamente diminuiu a diferença para apenas 0s2 e depois encostou ainda mais na reta oposta, mas ainda sem conseguir a sonhada ultrapassagem na oitava volta. Mais atrás, Bagnaia sofria com a aproximação de Zarco.
Na frente, a prova se aproximava da metade e Álex Márquez cravou 1min38s364 na volta 11, para abrir 0s3 de vantagem para o irmão. Morbidelli não conseguia se aproximar da dupla e ficava 0s9 atrás, mas com 1s3 de frente para Bagnaia.
Na reta final, Marc Márquez seguia acompanhando de perto o irmão, com a desvantagem entre 0s2 e 0s4, mas sem o ímpeto necessário para atacar. Mesmo assim, a dupla abriu 2s de vantagem para Morbidelli, que seguia distante de Bagnaia e Zarco.
Na volta 17, Marc Márquez aproveitou o vácuo da reta oposta e se aproximou de vez, ficando apenas 0s1 atrás de Álex Márquez, mas ainda se conseguir uma manobra. Mesmo assim, o piloto da Ducati perdeu o equilíbrio da moto em duas ocasiões.
No giro seguinte, Marc Márquez pegou o vácuo na reta oposta, mergulhou por dentro, mas perdeu o ponto de frenagem e passou reto, levando o troco imediato do irmão. De quebra, Álex ainda abriu 0s4 de vantagem na liderança.
Marc Márquez seguiu apertando o ritmo e cravou 1min38s243, com a melhor volta da prova no giro 19. Com isso, a vantagem do líder novamente caiu, agora para 0s1. Mais atrás, Di Giannantonio encostou em Zarco na luta pelo quinto posto.
A cinco voltas para o fim, o inevitável aconteceu. Marc Márquez pegou o vácuo na reta oposta e passou Álex com extrema facilidade, rapidamente abrindo 0s3 de vantagem para o piloto da Gresini. Mais atrás, Bagnaia passou a encosta e Morbidelli na luta pelo pódio.
Com um ritmo impressionante, Marc Márquez logo abriu 0s7 para Álex e sumiu na frente em Termas de Río Hondo, mostrando que tinha equipamento de sobra. Logo depois, o piloto da Ducati chegou a um segundo de frente para o rival mais próximo.
No fim, a corrida se acalmou. Marc Márquez pilotou tranquilo para a vitória, com 1s6 de vantagem para Álex Márquez. O pódio ficou completo com Morbidelli, que segurou a pressão final de Bagnaia e terminou na terceira colocação. Di Giannantonio passou Zarco na volta final e fechou o top-5.
MotoGP 2025, GP da Argentina, Termas de Río Hondo, Corrida:
1 M MÁRQUEZ Ducati 25 Voltas
2 Á MÁRQUEZ Gresini Ducati +1.362
3 F MORBIDELLI VR46 Ducati +4.695
4 F BAGNAIA Ducati +5.536
5 F DI GIANNANTONIO VR46 Ducati +7.138
6 J ZARCO LCR Honda +7.487
7 B BINDER KTM +14.294
8 P ACOSTA KTM +15.646
9 J MIR Honda +15.787
10 L MARINI Honda +16.025
11 Á RINS Yamaha +21.663
12 M VIÑALES Tech3 KTM +22.319
13 J MILLER Pramac Yamaha +23.486
14 F QUARTARARO Yamaha +25.148
15 R FERNÁNDEZ Trackhouse Aprilia +26.914
16 F ALDEGUER Gresini Ducati +27.661
17 E BASTIANINI Tech3 KTM +40.179
18 S CHANTRA LCR Honda +41.693
NC M BEZZECCHI Aprilia Abandonou
NC M OLIVEIRA Pramac Yamaha Não Largou
NC L SAVADORI Aprilia Não Largou
A OGURA Trackhouse Aprilia Desclassificado